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Como uma alimentação adequada auxilia no alívio dos sintomas da menopausa.


A saúde da mulher no Brasil foi incorporada às políticas nacionais no início do século XX e vem seguindo um processo de evolução no qual os antecedentes podem ser considerados a partir da década de 70. Neste período o Ministério da Saúde adotava uma concepção mais restrita, que se limitava à saúde materna ou à ausência de agravos associados à reprodução biológica.


Na década de 1980 ocorreu o lançamento do documento “Assistência Integral à Saúde da Mulher: bases de ação programática”, que serviu de apoio para o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, o PAISM, elaborado pelo Ministério da Saúde em 1983 e publicado em 1984.


A partir deste documento, muito tem se discutido e pesquisado sobre a saúde da mulher nas diversas fases da vida.


Entrevistamos a especialista em reposição hormonal, endocrinologista, nutróloga Dra. Raquel Bezerra De Menezes, fundadora da @clinicaarque, para contribuir com este artigo, que tem como objetivo, trazer informações seguras e confiáveis sobre como a alimentação adequada na menopausa, é importante para aliviar os sintomas e garantir o bem-estar físico e emocional da mulher.


A Saúde da Mulher


Considerando a saúde numa visão ampliada, diversos aspectos da vida estão a ela relacionados, como:


- Alimentação

- Lazer

- Condições de trabalho

- Moradia

- Educação

- Relações sociais e familiares

- Autoimagem e a autoestima

- Meio ambiente


Nessa perspectiva, a saúde está para além do simples acesso aos serviços de saúde ou à ausência de doenças. Segundo a Dra. Raquel Bezerra De Menezes, "olhar para as fases e transformações do corpo feminino de forma ampla é trazer luz e conhecimento coletivo, para desmistificar a menopausa".

Climatério e Menopausa: Mais uma Fase na Vida da Mulher


O climatério é definido pela Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde, como uma fase biológica da vida e não um processo patológico, que compreende a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da mulher. A menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, somente reconhecida depois de passados 12 meses da sua ocorrência e acontece geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de idade.


Pela história, múltiplas condições físicas e mentais foram atribuídas à menopausa. A crença de que distúrbios do comportamento estavam relacionados com as manifestações do trato reprodutivo, embora muito antiga, persistiu em nossos tempos.


"Dados atuais têm mostrado que o aumento dos sintomas e problemas da mulher neste período reflete circunstâncias sociais e pessoais, e não somente eventos endócrinos do climatério e menopausa", completa a Dra. Raquel Bezerra De Menezes

Para algumas mulheres a fase da menopausa e do climatério não apresenta sintomas, porém, a maioria delas começa a ter sintomas já no início do climatério e, com a diminuição progressiva dos hormônios femininos, os sintomas vão aumentando. Veja abaixo a lista dos sintomas mais comuns, de acordo com a Dra. Raquel Bezerra De Menezes:


– Ondas de calor ou fogachos: episódios súbitos de sensação de calor na face, pescoço e parte superior do tronco, geralmente acompanhados de rubor facial, sudorese, palpitações no coração, vertigens, cansaço muscular. Quando mais intensos, podem atrapalhar as tarefas do dia a dia;

– Irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo;

– Manifestações como dificuldade para esvaziar a bexiga, dor e pressão para urinar, perda de urina, infecções urinárias e ginecológicas, ressecamento vaginal, dor à penetração e diminuição da libido;

– Sintomas psíquicos: a redução dos níveis de hormônios femininos interfere com a liberação de neurotransmissores essenciais para o funcionamento harmonioso do sistema nervoso central, fazendo com que aumentem as queixas de irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia;

– Alterações na pele, que perde o vigor, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais finos e quebradiços;

– Alterações na distribuição da gordura no corpo, fazendo com que se concentre mais na região abdominal;

– Perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia;

– Risco aumentado de doenças cardiovasculares;


Como a alimentação contribui para amenizar estes sintomas?


A alimentação na menopausa é importante para aliviar os sintomas e garantir o bem-estar físico e emocional da mulher, "sendo recomendado aumentar o consumo de alimentos ricos em fitoestrogênios, vitamina C, E, D, cálcio e ômega-3, por exemplo, como é o caso dos frutos secos, cereais, leite desnatado, queijo branco e grão de bico, por exemplo".


Veja abaixo as orientações da Dra. Raquel Bezerra De Menezes:


- Fogachos: evitar o consumo de bebidas alcoólicas e alimentos ricos em cafeína como, por exemplo, café, mate, chá preto, chocolates e refrigerantes. Também é importante reduzir a ingestão de alimentos ricos em gorduras saturadas e açúcares.


- Perda de colágeno: As principais fontes alimentares de colágeno são os alimentos proteicos e ricos em aminoácidos, vitamina c, zinco e silício. O frango é um desses alimentos ricos em colágeno, principalmente as partes menos consumidas, como os pés. O ovo também é outra fonte importante, além de ter prolina na clara, uma substância essencial para a produção da proteína.


- Distúrbio do sono – Amêndoas, nozes, aveia, estimulam a produção de melatonina, hormônio que está ligado ao ciclo do sono, também rico em Magnésio que diminui o cortisol, hormônio do estresse, trazendo melhor qualidade para o sono.


- Depressão e ansiedade: Para ajudar a combater a ansiedade, pesquisas indicam que uma alimentação adequada, rica em vegetais, frutas, legumes, grãos integrais e proteína magra, podem ajudar a gerenciar a ansiedade de forma natural.


- Perda de estrogênio – esse hormônio está diretamente ligado a questões como saúde óssea e vascular – a soja é um excelente aliado na reposição deste hormônio. Frutas como amora e framboesa são excelentes fontes de isoflavona, um composto que ajuda na redução dos sintomas da menopausa e, até mesmo, da TPM, além de auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares, colesterol ruim e osteoporose.


O envelhecer não é só determinado pela cronologia, pelo passar dos tempos e pela condição social.


É também um processo fortemente associado às histórias pessoais. As mudanças corporais previstas podem impactar a autoimagem feminina e potencializar um sofrer psíquico, segundo a visão de cada sociedade a respeito da mulher mais velha.


A Dra. Raquel Bezerra De Menezes, complementa dizendo que "a história das mulheres passa pela história de seus corpos. A tríade da perfeição física – juventude, beleza e saúde – pode trazer consequências psicológicas no enfrentamento do processo de envelhecimento".

Na mulher, soma-se aos preconceitos a respeito do envelhecer, o evento marcante da menopausa, com suas consequências fisiológicas e psicológicas.


As mudanças sociais interferem no modo de envelhecer da mulher que se depara com todas as desvantagens acumuladas ao longo de uma vida de discriminação e desigualdades estruturais.


O “horror de envelhecer” pode perturbar a mulher muito antes da interrupção da menstruação. A partir do momento em que ela começa a perder os “encantos” da juventude e percebe-se menos atraente, a mulher pode sentir que perdeu o seu valor pessoal. Assim, o sentido pejorativo que muitas sociedades dão ao envelhecimento feminino faz com que as mulheres tenham dificuldades até em definir sua própria experiência nesta etapa da vida.


O grande segredo é o autocuidado no sentido macro da palavra, incluindo uma alimentação saudável e equilibrada.


Em todas as etapas da vida, seja sua melhor versão!!


Fonte de pesquisa:


Entrevista concedida pela a especialista em reposição hormonal, endocrinologista, nutróloga Dra. Raquel Bezerra De Menezes, fundadora da @clinicaarque

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